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Fabricantes de pneus analisam o mercado brasileiro e mostram quais as tendências do setor

Por:digitalpixel
Clipping

21

set 2016

O segmento de pneus no Brasil, nos últimos anos, especialmente após a crise econômica mundial ocorrida em 2008 e 2009, vem passando por altos e baixos.

Diretamente afetado pela indústria automotiva, quando está aquecida, observa-se no setor uma corrida pela aquisição de pneus por parte dos fabricantes de veículos e usuários finais que, por consequência, gera uma rápida redução dos estoques e dificuldades momentâneas de abastecimento.

Quando desaquecida, penaliza a indústria de pneus com elevados níveis de estoque e grande redução do ritmo de produção. Essa constante e forte oscilação do mercado consumidor tem dificultado em muito o adequado planejamento dos fabricantes de pneus no Brasil e explica, em parte, o grande crescimento da participação dos pneus importados.

Estes, por sua vez, merecem uma analise à parte. Hoje, é possível encontrar mais de 5 dezenas de marcas distintas de pneus circulando no Brasil, com origem nas mais diversas partes do planeta. Tão variados quanto as suas marcas e origens são os resultados de desempenho que eles oferecem ao usuário final ao longo de sua vida útil.

Muitas vezes motivados apenas pelo baixo preço de aquisição, o usuário abre mão de produtos com valor agregado maior e deixa, portanto, de contabilizar menor custo de utilização e se beneficiar de vantagens intrínsecas, como, por exemplo, um suporte de pós-venda mais eficiente e confiável e um fluxo de caixa mais previsível.

Claro que existem, dentre os diversos produtos importados, aqueles que competem de igual para igual com os pneus de marcas tradicionalmente estabelecidas no país nos quesitos desempenho e benefícios agregados. Estes são verdadeiras soluções alternativas à problemática capacidade de oferta de pneus no Brasil, mas é necessário que o usuário observe atentamente a origem de cada um deles, especialmente relacionado aos grupos empresariais que os oferecem ao mercado.”

Este panorama, dado por Ricardo Drygalla Moreira, gerente de vendas da Fate Pneus do Brasil (0800 707.0234), que comercializa pneus para uso rodoviário, misto, urbano, de curtas distâncias e fora de estrada, mostra o atual mercado de pneus brasileiro e abre uma discussão sobre os problemas enfrentados pelo setor e como o mercado se encontra hoje.

“Segundo dados da ANIP – Associação Nacional da Indústria Pneumática, o segmento de pneus no Brasil tem a expectativa de alta na produção entre 4% e 5% em 2013. Em 2012, o setor produziu 62,6 milhões de pneus, queda de 6,7% em relação a 2011”, explica Flavio Bettiol Junior, diretor de marketing Caminhão e Agro da Pirelli na América Latina (Fone: 0800 728 7638), companhia que atua no mercado de pneus para diversos tipos de caminhões, ônibus, empilhadeiras industriais e portuárias, máquinas carregadeiras e minicarregadeiras, motoniveladoras e raspadoras, compactadores, máquinas de movimentação de terra e outros.

Hoje, temos um mercado bastante competitivo no segmento de pneus de carga, no qual diversos fabricantes estão instalados e em busca de sua fatia de mercado, além da participação dos produtos importados, avalia Marcos Aleixo Aoki, gerente geral de marketing e vendas comercial da Bridgestone do Brasil (Fone: 11 4433.1139). No entanto, embora o mercado seja muito competitivo, como também afirma Julimar Rodrigues, gerente comercial da Standard Tyres (Fone: 11 3719.0070), a tendência é que apenas os que se profissionalizarem se mantenham, “pois os clientes estão se dando conta da importância de se controlar o custo-hora e estão buscando meios para isto”. Para atender o mercado, a Bridgestone possui uma linha de produtos para diversos tipos de aplicação, nas linhas de passeio, comerciais leves, caminhões, ônibus e implementos agrícolas, enquanto a Standard Tyres trabalha com pneus industriais para empilhadeiras, rebocadores, carretas, portos, trailers Ro-Ro, equipamentos terrestres de apoio e outros.

Para a Rodaco (Fone: 11 4427.6656), “o segmento de pneus continua em crescimento hoje, assim como foi nos anos anteriores, tanto que estamos continuamente investindo na ampliação de nosso parque produtivo, aplicando novas tecnologias de compostos, adquirindo equipamentos modernos e novas matrizes com novo desenho”, avalia Paulo Nobre, gerente comercial da companhia, que produz e comercializa pneus para empilhadeiras, minicarregadeiras, retroescavadeiras, pás carregadeiras e motoniveladoras.

TENDÊNCIAS
Com o aquecimento do mercado, novas tecnologias em pneus chegam. E, na visão de Aoki, da Bridgestone, não são apenas os pneus que recebem atenção, mas, também, as ferramentas para sua gestão, que buscam prolongar o ciclo de vida do produto. “Os fabricantes devem atuar como verdadeiros consultores, recomendando o melhor produto para a melhor aplicação”, aconselha.

Vinícius Penna, supervisor de vendas de pneus industriais da Continental Pneus (Fone: 0800 170.061), crê que entre as principais tendências futuras para este setor está a procura pela melhor relação custo/benefício, com a otimização de compostos de borracha, “de modo a ampliar a durabilidade do pneu e diminuir a sua resistência ao rolamento e o consumo de combustível para reduzir as emissões de CO₂”. A companhia atua com pneus para empilhadeiras – pneumáticos radiais e diagonais; superelásticos (maciços) e sólidos (bandagens e press-on bands), e para o tráfego urbano, tráfego regional e para construção.

No que diz respeito a pneus de carga, a Continental conta com algumas novidades, como as tecnologias Air Keep – retenção de ar – e o VAI+ – Indicador Visual de Alinhamento. “O Air Keep é um composto de borracha localizado na parte interna do pneu. Por possuir uma estrutura molecular mais densa, proporciona menor perda de ar e, consequentemente, a conservação da pressão a um nível ótimo por um tempo até 50% superior em relação às tecnologias convencionais. O desenvolvimento desta tecnologia pela Continental surgiu da constatação de que a maioria das frotas tem dificuldades para calibrar a pressão dos pneus semanalmente, frequência recomendada pelos fabricantes de pneus. Já o VAI+ é um sistema inteligente que monitora e alerta o condutor para eventuais irregularidades no veículo. Indicadores com sinais de “+” e “-”encontram-se estampados nas ranhuras da banda de rodagem. Com o uso, estas sinalizações vão “desaparecendo” e alertam para situações como sulco remanescente de 6,5 mm, o que representa que o pneu passou da metade da vida útil, e 3,0 mm, que é a recomendação para recapagem”, explica Renato Martins, coordenador de desenvolvimento de produtos para veículos comerciais da Continental Pneus.

Em relação a pneus de utilização profissional para caminhões, ônibus, máquinas industriais e empilhadeiras, é cada vez maior a adoção de tecnologias que os tornam mais robustos para aumentar o rendimento quilométrico, horário e a capacidade de reconstrução, além da utilização de novos materiais que colaboram na redução do consumo do combustível e do impacto ambiental, segundo Bettiol Junior, da Pirelli.

“O segmento de pneu está crescendo, e isso se deve aos investimentos feitos no segmento da logística, aos eventos esportivos previstos e aos resultados que a economia brasileira está obtendo. Há uma grande preocupação das fábricas com a qualidade de seus produtos. O maior incentivador neste ramo é a busca por soluções que diminuam desgastes e que tragam mais benefícios. As fabricas estão investindo em novas tecnologias e soluções com relação ao meio ambiente. Há um processo moderno chamado Remold, que é a reciclagem de pneus, desenvolvido com tecnologia de ponta e que transforma um pneu já rodado em novo e com vida útil e qualidade tão boas quanto a dos pneus novos”, analisa Guilherme Barion de Almeida, diretor comercial da Marcon (Fone: 14 3401.2425), companhia que também atua com pneus para veículos de transporte de cargas.

Por sua vez, Nobre, da Rodaco, acredita que, pelas exigências cada vez maiores dos pneus, em função das características de trabalhos atuais com rodagem 24 horas, longos percursos, máxima utilização da capacidade de carga e velocidades limítrofes, a utilização de pneus supereslaticos e pneumáticos radiais se torna uma necessidade. Sendo assim, “terão maior utilização os pneus que atenderem a estas exigências, e para as quais a Rodaco desenvolveu e incorporou em seus produtos as novas tecnologias V- Hexane e P- 900, que permitem ao pneu suportar maiores temperaturas e exigências de trabalho”, afirma, seguindo por Rodrigues, da Standard Tyres: “no segmento em que atuamos, é claro o crescimento do uso pneus superelásticos, uma vez que os mesmos garantem uma grande redução do custo hora do equipamento, alta durabilidade, reduzido nível de troca e, nos nossos produtos, uma ergonomia igual ou superior a de um pneumático corretamente calibrado”.

Moreira, da Fate Pneus do Brasil, analisa que o prognóstico em relação à frota de veículos com rodas no Brasil, nas diversas categorias existentes, é de crescimento significativo. Sendo assim, os pneus continuarão sendo um produto de grande utilidade e procura. As mudanças observadas nos pneus ao longo do tempo, de um modo geral, são muito mais estruturais do que aparência, o que pode gerar a falsa ideia de estagnação. “Há muita pesquisa e desenvolvimento no campo de polímeros e metodologia de construção. A nanotecnologia tem contribuído sobremaneira para a maior eficiência energética dos pneus, o que tem recebido, talvez, a maior concentração dos esforços de desenvolvimento e, portanto, representa uma tendência muito forte para o futuro – o aprimoramento dos chamados ‘pneus verdes’”, afirma. E continua: “a capacidade de rodar muitos quilômetros e, ao mesmo tempo, contribuir para a redução das emissões de CO² dos veículos que equipam é um compromisso cada vez mais perseguido pelos fabricantes de pneus e insumos para a reforma dos mesmos. A integração dos pneus na tecnologia embarcada dos veículos através de mecanismos de comunicação eletrônica, em minha opinião, é outra tendência do setor, cujo objetivo será oferecer melhor controle econômico e patrimonial aos usuários”.

SOBE OU DESCE?
As perspectivas para o segmento continuam positivas este ano. E um dos principais motivos, inclusive lembrado por Aoki, da Bridgestone, é o aquecimento da safra nacional de grãos. Com o grande escoamento desta safra pelas rodovias do Brasil, que de modo geral estão em péssimo estado, segundo Aoki, o segmento de pneus está com excelentes expectativas, uma vez que os caminhões precisarão de pneus para toda a sua operação.

A Continental Pneus aposta na continuidade da expansão geográfica da companhia, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte do País, onde buscará desenvolver novas parcerias. Eventos de porte mundial que o país sediará nos próximos anos, como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos, contribuirão para o aumento da demanda de manipulação de cargas em aeroportos e portos brasileiros e os pneus industriais deverão ter sua procura aumentada, abrindo oportunidade para a empresa ampliar sua presença nesse segmento.

A Coparts (Fone: 11 2633.4000), companhia que fornece pneumáticos e superelásticos para empilhadeiras a GLP, diesel ou elétricas, espera crescer 30% em relação ao ano de 2012. “Para isso, fizemos investimentos na ampliação da oferta de produtos para pronta entrega e de nosso estoque”, afirma Carlos Fernandes, diretor comercial da empresa.

A Rodaco também tem boas perspectivas, agregando novas tecnologias que buscam dar aos pneus melhor desempenho com aumento significativo de ganho na relação custo-beneficio. Além disso, a companhia está em pleno processo de ampliação de fábrica, aumentando significativamente os volumes produzidos.

A Pirelli planeja acompanhar o crescimento do PIB que, segundo o Banco Central, em 2013, deverá ficar em torno de 3%, puxado pelos setores de habitação, infraestrutura e agricultura. Já para Moreira, da Fate Pneus, as perspectivas para o setor são positivas, tendo em vista o crescimento projetado do parque circulante no Brasil e em outros países em desenvolvimento. “As iniciativas de autoridades nacionais, sejam do ponto de vista fiscal tributário, ou mesmo técnico, como a regulamentação do setor de reforma, exigindo certificação de conformidade de seus processos, contribuirão para uma maior qualificação de todos aqueles que disputam um espaço no mercado consumidor. Isso fortalecerá as atividades da indústria e contribuirá para um maior amadurecimento do setor”, finaliza.

Fonte : Logweb


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